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Diario de uma emigrante

Um blog, de auto-ajuda, criado para partilhar a minha experiencia de vida e o meu dia-a-dia. Contado na primeira pessoa, enquanto emigrante, na Republica da Irlanda, desde 2005.



Domingo, 19.01.14

Restaurante ou piquenique?

O maridao veio embora doente na quinta-feira. E na sexta acabou por ter que ficar em casa. Ja esta recuperado.

Podia dizer que foi um fim de semana, como os outros. Mas a verdade e que nao foi.

Foi um fim de semana em que pensei que ia fazer montes de coisas e nao fiz.

Comecei por me deitar muito tarde, na quinta-feira.

Julgo, que ja aqui disse que nao sou uma pessoa de sonhar muito durante a noite. Sonho bem mais acordada.

Na quinta-feira a noite comecei a sonhar.

Sonhei que ia a Portugal visitar os meus amigos e as minhas amigas.

Que ia a cabeleireira e ia mimar-me um pouco.

Nem me lembro se fazia sol ou frio ou chuva. So me lembro de estar toda contentita.

Sonhei que tinha 16 anos e que estava com as minhas amigas de escola.

Aquele momento parecia tao real.

As gargalhadas, as parvoices, as brincadeiras, enfim.

Nao me lembro de nenhum rapaz da nossa turma la estar. Eramos um grupo so de raparigas.

Algumas ainda fumavam.

Foi deliciosamente maravilhoso.

Nao queria acordar, claro esta!!!

Nao porque nao ame a minha vida, os meus filhos, o meu marido.

NADA DISSO!!!

Mas porque sinto que vivi tao intensamente na altura, quanto vivo o agora.

Talvez, por isso, me sentia e sinto tao feliz.

Mas isto de se dizer que se e e esta feliz, pode ser perigoso.

Algumas pessoas tendem a ficar ciumentas, mesmo que sem intencao. Eu sei disso.

Para algumas eu estou a viver o sonho delas.

Ser feliz.

E claro, que isto de se assumir, que se pode ser feliz, tem que se lhe diga.

Tem um preco!

Ser feliz passa tambem por termos tempo para nos.

Passa por nos permitirmos sentir.

O dia a dia e uma maratona de afazeres, para quase todos nos.

Sao os empregos, os filhos, os jantares, as roupas, as limpezas, e acabamos por nao termos tempo para nos proprias/os.

Quando falo em viver intensamente nao e desta intensa pressao, de que falo.

Viver intensamente e viver simplesmente o presente. Aproveitar cada momento e senti-lo.

E relaxar os ombros tensos e NAO deixar a mente voar, ate aquela roupa que se tem para lavar, na maquina da roupa.

E nao querer saber se o jantar sai as 20 horas ou meia hora depois, e ficarmos ali, no chao da sala, a brincar com os miudos.

E saber que uma sande, pode ser bem melhor, que uma massa com carne.

Que ambas alimentam e que os miudos agradecem, a sande e a brincadeira. Bem mais do que a massa com carne.

Sei que uma sopinha, com uma frutinha e uma sande, nunca fez ninguem morrer a fome.

Sei que esta refeicao, e bem mais nutritiva, do que se julga.

Mas acima de tudo, se o tempo que planeamos dedicar, diariamente, as nossas panelas e os nossos tachos, seria bem mais apreciado e agradecido, pelos miudos, se optassemos por brincar com os carros e as barbies deles.

E se a culpa nao pairasse nas nossas cabecas, e se tivessemos a ousadia de ser diferentes???

E se dedicassemos 30 minutos na cozinha, de segunda a sexta, e os outros previos 30, a brincar com os miudos?

E se tentassemos simplificar a nossa vida de maes, em vez de a complicarmos???

E se um dia por semana, comessemos no chao da sala, como se fosssemos fazer um piquenique, com uma boa sande e um pacote de leite achocolatado?

E se nao tivessemos que arrumar cozinha, e em vez disso, nessse dia, brincassemos com a plasticina?

Ontem dizia-me uma amiga, que quer educar os filhos a comportarem-se , a mesa, para quando forem a um restaurante.

Achei muito bem. 

Ela ainda foi acrescentando, que ate era rarissimo ir, mas que ainda assim o fazia.

Hoje lembrei-me, que lhe devia ter perguntado, se eles, tambem, ja se sabem comportar, para quando forem fazer, um piquenique. 

As vezes, penso, que passamos tempo demais preocupados com o que os outros vao pensar, acabando por dificultar, a nossa propria vida.

Estamos sempre preocupados com os ''outros''.

Delicio-me quando vejo o meu afilhado, de joelhos, em frente a mesinha da sala, a comer uma fatia de pizza, ou umas castanhas com carne.

Faz-me confusao, quando vejo o pai dele a querer, desde sempre, que ele se comporte como um adulto a mesa.

Afinal, ja sao tantos os restaurantes, com uma area de brincar para as criancas...

Deve ser, porque a sociedade mudou de opiniao.

Talvez, nao tanto como eu propria gostaria de ver.

O meu JP tem quase 15 anos.

E o que hoje aponto como erros, garanto-vos, que ja os cometi todos.

A unica coisa que me faz sentir bem, comigo propria, e que eu tambem aprendi.

O que me faz sentir igual, e que eu tambem errei.

Beijinhos de mim

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por Diario de uma emigrante às 23:22



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