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Diario de uma emigrante

Um blog, de auto-ajuda, criado para partilhar a minha experiencia de vida e o meu dia-a-dia. Contado na primeira pessoa, enquanto emigrante, na Republica da Irlanda, desde 2005.



Terça-feira, 10.09.13

Chegamos...ha 8 anos!

Faz, hoje, 8 anos, que chegamos, a Republica da Irlanda.

Chegamos de Ferry, pois viemos de  carro. O ''bolinhas'' verde, o Fiat Punto. Uma maquina de guerra, que era e sao estes carros.

Saimos, da Maia, a 7 de Setembro de 2005, pelas 23 horas.

Paramos, a primeira vez, nos Pirineus, as 8 horas da manha. Dormimos 2 horas no carro, numa estacao de servico.

Pareceu-nos ser mais seguro, desta forma.

Seguimos viagem e atravessamos toda a Franca.

Ao meio da tarde, paramos, para esticarmos as pernas e irmos a casa de banho. Nao me lembro de ter parado mais do que estas duas vezes, ate entao. Se calhar ate paramos, mas nao tenho ideia disso.

Lembro-me de ir ligando aos meus pais e ao meu primo, que tinha estado connosco, no dia D. Lembro-me de ele dizer, em tom de graca e bem disposto, como sempre, que o tinhamos enganado. Que afinal tinhamos levado um Ferrari e nao o nosso ''Bolinhas''. ihihihihih

Tornamos a parar na hora do jantar. Tinhamos levado o tipico farnel. Com direito a bolinhos de bacalhau e rissois. Desta vez, demoramos mais um pouco.

Era o cansaco a chegar.

Os ultimos 200 km, ate Roscoff, foram dificilimos para ambos de fazer.

Paravamos a cada 20 minutos. As dores nas costas e nas pernas e o sono estavam a apoderar-se literalmente de ambos.

Eu nao conduzi. So o maridao. Eu era a co-pilota, com o mapa de estradas no colo. Esquecam o GPS. Nao tinhamos poderio economico, para isso. Era um luxo, para nos, ha 8 oito anos.

Creio que chegamos, finalmente a Roscoff, por volta da meia noite. Nao estou bem certa. So me lembro de pensar que aqueles ultimos kilometros, estavam a custar mais, do que o resto da viagem inteira. Ja tinhamos atravessado Portugal, toda a Espanha e tinhamos acabado de atravessar toda a Franca.

Roscoff fica bem no norte de Franca.

O ferry, para a Irlanda era, no dia seguinte, 9 de Setembro. A travessia era de 14 horas.

Se acontecesse algum imprevisto, com o carro, tinhamos que ter margem de manobra, para outra solucao.

Perder o ferry e que nao...

Dormimos ja no parque de estacionamento do Ferry.

Na manha seguinte, fomos confirmar se a reserva que tinhamos feito pela internet, estava confirmada. Nao estava. Algo tinha acontecido, mas nos ja desconfiavamos. Pagamos, entao, um bilhete para um quarto, o carro e nos dois. Era o unico dinheiro que tinhamos no banco. Tinhamos trazido connosco, 150 euros.

Era tudo o que tinhamos. Nem mais nem menos.

Entramos, na Irlanda, com muito menos de 150 euros no bolso.

Ja tinhamos gasto em gasolina, portagens e uma garrafa de agua. Em Roscoff, tinhamos comprado dois croissants e duas meias de leite, para o pequeno almoco. Foi um miminho com que resolvemos nos presentear.

As lagrimas da despedida do J.P. ainda iam caindo, aqui e ali.

O nervosismo do desconhecido, tambem nao ajudava.

Ao fim da tarde, por volta das 17 horas, comecamos entao a pensar, em descer, para perto do Ferry. Ja tinhamos assistido ao funcionamento da partida de alguns. Percebemos que faziam filas, para tomarem a vez de entrada. Foi optimo, termos percebido essa mecanica.

O Ferry so partia as 20 horas. Mas ja sabiamos, que era tempo de nos colocarmos em fila de entrada. Fomos dos primeiros 20. Mas ha prioridades de entrada, como e o caso, das motas, por exemplo. Os camioes e as auto-caravanas tem a vez deles tambem. 

O nervosismo passou a tomar conta de nos. Por meses e meses, com apenas, momentos de descontraccao.

As 10/11 horas da manha do dia 10 de Setembro de 2005, chegamos, finalmente, a Irlanda.

Tinhamos a nossa espera, dois familiares, que ja ca estavam, ha dois anos.

Ajudaram-nos imenso, numa primeira fase, de normal adaptacao.

Estou-lhes profundamente grata por isso.

Era um Sabado. Segunda-feira fomos as entrevistas de trabalho, com a tal agencia de emprego. Havia trabalho para nos, como ja disse aqui, anteriormente, porem se o patrao da agencia, nao achasse que tinhamos um ingles minimo, nao nos contratava, para os ''nossos'' trabalhos prometidos. Havia esse risco, essa pressao, sobre nos.

Passamos. Conseguimos passar a primeira fase!

Fomos, de seguida, tirar os numeros de contribuinte e abrir uma conta no banco.

Sempre acompanhados com um familiar. Levava-nos e levou-nos onde era necessario. Foi muito bom poder ter esse apoio.

Quarta-feira ja estava a trabalhar.

E ja passaram 8 anos.....

Beijinhos de Mim.

 

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por Diario de uma emigrante às 15:15


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