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Diario de uma emigrante

Um blog, de auto-ajuda, criado para partilhar a minha experiencia de vida e o meu dia-a-dia. Contado na primeira pessoa, enquanto emigrante, na Republica da Irlanda, desde 2005.



Sexta-feira, 30.08.13

A importancia de um diario!

Mas afinal, para que serve e o que e um diário?

Segundo a Wikipédia, ''Diário é uma agenda, geralmente de carácter íntimo, onde se fazem anotações que contém uma narrativa diária de experiências pessoais que é organizada pela data de entrada das informações. Um diário pessoal pode incluir experiências de uma pessoa e/ou pensamentos e sentimentos.''

O meu primeiro diário foi-me oferecido na minha comunhão solene. Tinha eu 10 anos.

Não sabia o que era um diário e lembro-me de ter ficado toda entusiasmada com a ideia, quando a minha mãe, me explicou a sua função. Ate porque tinha um loquete pequenino e uma chave proporcional. Ter algo só para mim, em que, na minha mais pura inocência, poderia escrever o que quisesse sem nunca ninguém ler, era uma ideia que me tinha agradado imenso. Eu era a dona do meu Diário. Dona de alguma coisa.

Infelizmente, nunca ensinaram a minha mae, que quando um pai ler o diario de um filho, deve agir, como se NUNCA o tivesse lido!!!

Percebi em dois tempos, que nao adiantava esconder as minhas chaves, ja que a minha mãe arranjava sempre maneira de abrir e ler o meu diário.

Acho que a minha desconfiança nas pessoas vem desde essa altura.....ihihihihi.

Só me lembro que ficava irritadíssima com a atitude dela. Claro que hoje percebo que ela agia infantilmente. Sem pensar na mensagem que me estava a transmitir com a sua atitude, mas a verdade, e que ela não tinha essa noção. Como mãe, sabia o que era um diário. Mas só o suficiente para explicar a sua filha de 10 anos. Não sabia de como lidar com a situação.

Mas, ha quase 30 anos atras, nao me acredito que fosse a unica, da sua geracao, a faze-lo.

Hoje em dia, a nossa educação e formação e outra.

Quando andava a fazer terapia, a minha terapeuta, aconselhou-me vivamente a ter um diário.

Na altura não o fiz. Tinha preguiça de escrever e nao estava para ai virada. Enfim, uma serie de obstáculos que criei, para mim própria, para não o fazer. Paguei um preço muitíssimo alto por isso.

Estava a fazer terapia porque obviamente como quase sempre, nestas situacoes, estava deprimida.

Quando estamos deprimidos a auto-estima e quase nula. Ficamos mais vulneráveis aos olhos dos outros, porque na realidade, estamos mesmo, mais vulneráveis. Física e psicologicamente.

No trabalho aproveitaram-se desse meu estado e fui vitima de ''bulling''. Hoje em dia posso dizer que fui agilmente vitima de ''bulling''. Na altura não percebia o que se estava a passar.

Quando quis apresentar queixa, dei-me conta da falta do tal ''diario'' que a minha terapeuta me tinha aconselhado a iniciar.

Num caso de ''bulling'' e CRUCIAL ter-se um diário, com pormenores e datas e horas. Um diário pode e faz, quase sempre, toda a diferença.

Se eu pudesse...oferecia um ''diário'' a cada criança e adulto. Ter um diário e extremamente importante em vários momentos da vida e por variadíssimas razoes.

E uma forma de auto-ajuda, muitissimo poderosa.

Quantos dos meus amigos, ja não leram e releram este meu ''Diário de uma emigrante'' ??? Eu ja. Gosto de o fazer. Leio e releio. Não o faço sempre. Mas há dias em que nos apetece. Sei que muitos de vos já o fizeram. Estou bem ciente disso.

Aprendemos sempre qualquer coisa. Algo que nem tínhamos dado muita atenção. Pormenores....

Acho que ter e escrever num diario, deveria ser tao importante como lavar os dentes, antes de deitar.

Apesar de insistir durante anos e anos, com o J.P., percebo, hoje em dia, porque nunca o conseguiu fazer.

Com a Dispraxia, a escrita para ele, torna-se uma tortura. Mas sempre que ele vem stressado da escola, mando-o escrever logo no seu pc. Aprendemos que se nao escrevermos logo o que quer que decorra na escola, depois ele não consegue dizer o que aconteceu. Infelizmente, este seu comportamento, também tem que ver com o ADD ( desordem e défice de atenção) que ele tem. Torna-se  muitíssimo complicado, para crianças com esta desordem, descreverem as situações que experienciaram, em determinado momento do dia. Tenha passado 2 minutos ou 2 horas. Depois, se e quando, ele se for lembrando de alguma coisa, vai ou vamos acrescentando. Que no caso de crianças como ele e perfeitamente normal que tal aconteça.

Como viram ter um Diário e muito mais benéfico do que aparentemente se possa pensar.

Eu diria quase essencial.

Beijinhos de Mim

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por Diario de uma emigrante às 13:12


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